Fusão entre Azul e Gol: Preço das passagens aéreas vai cair?

Fusão entre Azul e Gol: Preço das passagens aéreas vai cair?

Nos últimos dez dias, a negociação para a fusão entre Azul e Gol tem literalmente movimentado os céus da aviação brasileira, o que promete mudar completamente o cenário doméstico. As duas companhias aéreas, gigantes desse setor, estão se encaminhando para uma fusão que pode reprogramar as rotas do mercado nacional.

Em 15 de janeiro de 2025, as duas empresas assinaram um memorando de entendimento não vinculativo, dando início para a união dos negócios. Se as coisas acontecerem como o planejado, essa fusão vai resultar em uma única companhia aérea que vai dominar cerca de 60% do mercado doméstico brasileiro, mas que vai manter as marcas Azul e Gol voando separadamente.

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John Rodgerson, CEO da Azul, destacou que essa manobra estratégica trará vários benefícios, como maior conectividade, redução dos custos e um fôlego extra para competir com outras grandes aéreas nacionais. A proposta é montar um conselho com nove membros: três indicados pela Azul, três pela Abra Group (controladora majoritária da Gol) e outros três independentes. A Azul escolherá o CEO da nova entidade, enquanto a Abra vai indicar o presidente do conselho.

Mas nem tudo são nuvens em um céu de brigadeiro. As duas empresas enfrentaram várias turbulências financeiras recentemente. A Gol está em processo de recuperação judicial nos Estados Unidos desde o início de 2024, enquanto a Azul renegociou dívidas com credores para manter a estabilidade. A fusão entre Azul e Gol ainda precisa do sinal verde de órgãos regulatórios, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).

Fusão entre Azul e Gol

Fusão entre Azul e Gol
Fusão entre Azul e Gol- Foto: Canva

Para aliviar a pressão, em 3 de janeiro de 2025, o governo brasileiro fechou acordos com a Gol e a Azul para quitar pendências fiscais que somam 7,5 bilhões de reais. Esses acordos permitem pagamentos parcelados com descontos consideráveis, dando um alívio financeiro para as companhias.

Além disso, o governo planeja lançar uma linha de crédito de R$ 4 bilhões para apoiar as duas empresas aéreas, que estão em dificuldades, com previsão de liberação ainda no início de 2025. O objetivo é fortalecer o setor aéreo brasileiro, que ainda sente os efeitos da pandemia de COVID-19.

Mas há preocupações. Alguns especialistas alertam que a concentração desse mercado pode fazer com que os preços das passagens subam. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, garantiu que o governo não vai permitir que a fusão entre Azul e Gol resulte em aumento nos preços dos bilhetes, garantindo que haverá fiscalização rigorosa por parte da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do CADE.

A possível fusão entre Azul e Gol representa uma grande reviravolta no setor aéreo brasileiro. Enquanto as duas empresas buscam estabilidade financeira e uma maior competitividade, os passageiros e as autoridades observam atentamente os desdobramentos, esperando que essa união traga benefícios sem pesar mais no bolso.

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