“Mãe Baiana” traz ao teatro debate geracional intrínseco à população negra

_{Redação Culturize-se}

O Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB SP) apresenta “Mãe Baiana”, segundo ato da “Trilogia Matriarcas”. O espetáculo gratuito integra a ocupação em homenagem à Helena Theodoro, primeira mulher negra a obter doutorado em filosofia no Brasil.

A peça aborda a complexa relação entre uma avó e sua neta ao lidar com o luto. No palco, Teca Pereira interpreta Leda, uma octogenária que perdeu seu filho, enquanto Luiza Loroza dá vida à jovem Cecília, sua neta, que processa a perda de maneira diferente.

“O espetáculo trata de relações – com a morte, a cozinha, a religião”, explica Thaís Pontes, que assina a dramaturgia ao lado de Renata Andrade. Para o diretor Luiz Antonio Pilar, a montagem inova ao retratar conflitos geracionais da população negra sem recorrer a estereótipos de violência. “O conflito está inserido numa sociedade cotidiana e na família geracional”, destaca.

“Mãe Baiana” fica em cartaz até 26 de janeiro, com apresentações às sextas-feiras (19h), sábados e domingos (18h).

A ocupação, que começou em dezembro de 2024, reúne também a exposição “Baobá de Memórias”, em homenagem à atriz Léa Garcia, e a exibição do último trabalho audiovisual da artista. Para Helena Theodoro, homenageada da ocupação, a iniciativa representa uma oportunidade de ampliar o acesso à filosofia africana e celebrar as múltiplas dimensões da mulher negra. ” O evento reflete a visão africana de que a mulher não se limita a um papel que equivale ao senso comum patriarcal. Ela pode ser política, espiritual, e desempenhar muitas outras funções”

O projeto conta com patrocínio do Banco do Brasil através da Lei Federal de Incentivo à Cultura e reforça o compromisso do CCBB com a valorização da cultura afro-brasileira. Mais detalhes e retirada de ingressos no site.

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